quinta-feira, 22 de março de 2012

TIPOS DE LESÕES E CUIDADOS COM O JOELHO!!!



O joelho é uma articulação complexa e responsável por suportar e carregar boa parte do peso do corpo – função que o deixa vulnerável a diversas lesões. Por isso, ele precisa de atenção e cuidados para não apresentar problemas.

De acordo com o Dr. Paulo Henrique Araujo (CRM-DF 13519), ortopedista e cirurgião graduado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP, com especialização em Traumatologia ortopédica e cirurgia do joelho, o joelho é uma das articulações que mais sofre com lesões freqüentes, que podem atingir qualquer faixa etária, principalmente durante atividades físicas esportivas.

Para entender mais como é a composição do joelho, quais os tipos de lesões mais comuns e como cuidar deles, a fim de evitar problemas futuros entrevistamos o Dr. Paulo Henrique Araujo. Acompanhe.

1.:Como é a estrutura do joelho? -O joelho é formado pela articulação do fêmur com a tíbia e do fêmur com a patela. Ele é composto de quatro principais ligamentos (cruzado anterior, cruzado posterior, colateral medial e colateral lateral), dois meniscos (medial e lateral), da cartilagem articular e da membrana sinovial, que produz o líquido normal que lubrifica e nutre as estruturas do joelho.

2:Quais as lesões mais comuns no joelho e por que elas ocorrem? -As mais frequentes são lesões ligamentares, meniscais e condrais (cartilagem). Elas ocorrem, normalmente, em decorrência de traumas relacionados à prática desportiva. A lesão ligamentar mais comum é a do ligamento colateral medial, que se localiza superficialmente na face interna do joelho, e que frequentemente se associa a outras lesões, porém seu tratamento normalmente não requer cirurgia e o paciente se recupera completamente. A lesão que mais requer tratamento cirúrgico é a do ligamento cruzado anterior, muito frequente em jogadores de futebol profissionais e recreacionais. A artrose do joelho também é muito comum e é ocasionada pelo desgaste da cartilagem articular ao longo dos anos.

3:Quais atividades profissionais e/ou esportivas estão mais suscetíveis a traumas nesta região? -No Brasil, o futebol é o campeão absoluto como fonte de lesões no joelho. Porém, qualquer atividade esportiva, recreacional ou profissional, pode desencadear problemas sobre eles. Atividades profissionais também podem levar a lesões específicas nos joelhos, de acordo com a postura adotada no desempenho das funções. Por exemplo, profissionais de escritório, que ficam sentados por longo período com os joelhos fletidos tem maior chance de desenvolver dores patelares em consequencia de encurtamento muscular. Trabalhadores que desenvolvem suas funções em terrenos acidentados têm maior chance de sofrerem entorses.

4:E quanto ao sexo, homens ou mulheres sofrem mais com lesões no joelho? -Em números absolutos, os homens superam as mulheres em lesões no joelho, em decorrência de traumas esportivos por uma razão simples: o público masculino pratica mais esportes de risco para os joelhos do que as mulheres. Porém, elas apresentam risco de lesão no ligamento cruzado anterior maior que os homens, isso se deve a fatores biomecânicos e anatômicos. Por exemplo, se ambos jogarem futebol, basquete, vôlei, handball ou qualquer outro esporte de risco, a mulher tem maior chance que o homem de sofrer lesão especificamente no ligamento cruzado anterior.

5:Para as mulheres, o uso constante de saltos pode causar problemas na movimentação do joelho? -O uso de salto leva a um encurtamento muscular e ao deslocamento do centro de gravidade do corpo, o que pode ocasionar alterações articulares nos membros inferiores em geral, incluindo os joelhos.

6:Quais os tratamentos indicados para as lesões no joelho? -Obviamente que o tratamento específico dependerá do tipo da lesão podendo variar de medidas simples, como imobilização e as descritas acima até tratamentos cirurgicos para reconstrução ou reparo das estruturas lesionadas. Entretanto, medidas gerais e imediatas cabem a qualquer trauma no joelho. O tratamento imediato é sintomático, ou seja, combater a dor e o inchaço com medidas simples, como manter a perna elevada, gelo e antiinflamatórios.

7:O excesso de peso pode trazer que conseqüências ao joelho? -Sim. O excesso de peso sobrecarrega as articulações dos membros inferiores, especialmente os joelhos, o que leva ao desgaste mais rápido das estruturas da articulação. Uma analogia simples pode ser feita com um carro de passeio que foi feito para transportar quatro pessoas. Se, ao invés de carregar somente as quatro pessoas este carro passe diariamente a transportar junto mais 4 malas pesadas, as peças do carro se desgastarão mais precocemente.

8:A água no joelho (Derrame articular) e dificuldade para flexão ou extensão do joelho podem ser ocasionados por qual tipo de trauma? -O derrame articular (água no joelho) é causado por uma reação inflamatória no joelho. Essa inflamação pode ser causada por qualquer tipo de trauma - desde que agrida de alguma forma as estruturas internas do joelho, ou mesmo em decorrência de processos degenerativos, como a artrose. Quando o joelho se enche de líquido (derrame) a movimentação completa do joelho fica difícil, por isso o paciente não consegue esticá-lo ou dobrá-lo completamente, mas se o líquido for retirado, o movimento deve retornar ao habitual.

9: Como prevenir os traumas em atividades físicas? O aquecimento ajuda? Quais os tipos de exercícios válidos para fortalecer as articulações do joelho? -Existem estudos mostrando exercícios especificos que diminuem a incidência de determinados tipos de lesão nos joelhos relacionados à prática esportiva, porém, de maneira geral, o que ajuda a proteger os joelhos é um bom alongamento e fortalecimento muscular. Isso deve ser feito de forma regular e independente da prática esportiva, ou seja, não somente como “aquecimento” antes de jogar bola. Um bom equilibrio muscular se adquire somente com regularidade.

Por Dr. Paulo Henrique Araújo

Adauto Gonçalves Junior
Personal Trainer

quarta-feira, 21 de março de 2012

MITOS SOBRE O EMAGRECIMENTO: NÃO EXAGERE EM EXERCÍCIOS E REMÉDIOS!!!



Quem está acima do peso quer emagrecer rápido e sem sacrifícios, mas isso é sem dúvida um sonho, pois podem ocorres riscos do emagrecimento rápido que podem ser maléfico a saúde.


É difícil ter paciência quando o assunto é emagrecer, só que nesse caso, ele é a garantia da saúde. Ficar magra de uma hora para outra é o maior desejo de quem está acima do peso.


Quando isso não acontece, o emagrecimento pode vir acompanhado de complicações físicas e psicológicas, para ficar em um patamar de segurança a Organização Mundial da Saúde, recomenda a perda de um quilo e meio por semana no máximo.


Controlar a ansiedade é uma grande dificuldade. Algumas pessoas acabam cometendo loucuras, se submetendo a várias dietas absurdamente rígidas, muitas vezes combinadas com inibidores de apetite, laxantes e diuréticos para conseguir chegar mais rápido ao peso ideal que deseja.


Mas essas pessoas esquecem-se dos riscos existentes a sua saúde porque o corpo e a mente de cada pessoa precisa de um tempo para se adaptar as mudanças de peso.


Por causa desse desejo de perder peso rápido algumas pessoas acabam recorrendo a diversas dietas milagrosas e restritivas, no entanto essas atitudes muitas vezes podem comprometer o metabolismo, ou seja, fazendo com que ele funcione em ritmo lento.


Outras consequências do emagrecimento rápido:
• Alterações no coração: Os batimentos cardíacos podem ser alterados, levando ao desenvolvimento de uma alteração dos batimentos cardíacos atípica, quando o coração não responde a remédios
• Pele Flácida: A falta nutrientes no corpo pode provocar flacidez na pele
• Queda de cabelos e unhas fracas: Isto acontece quando a dieta é pobre em vitaminas, proteínas e zinco.
• Cálculo na vesícula: O ácido úrico na corrente sanguínea aumenta, desenvolvendo as famosas pedras nos rins que causa cólicas bem fortes
• Doenças associadas a falta de minerais e vitaminas, como: anemia, escorbuto, problemas na visão além disso pode ocorrer o enfraquecimento do sistema imunológico levando a uma maior exposição do indivíduo a doenças e infecções


Danos psicológicos
• Compulsão Alimentar: Quando uma pessoa adota dietas muito rígidas, a privação de alimentos durante o tempo da dieta pode levar a uma compulsão alimentar, e o indivíduo acaba ganhando peso muito mais rápido.
• Frustração: Quando os indivíduos associam seus problemas emocionais ao excesso de peso, pode ocorrer uma futura frustação na vida do mesmo. Pois muitas pessoas continuam infelizes mesmo após adquirir o peso ideal.
• Auto-imagem destorcida: Quando ocorre um emagrecimento muito rápido a pessoa ainda se acha gorda, mesmo tendo uma silhueta mais magra.


Emagrecer requer uma reeducação alimentar que consiste em estabelecer novos hábitos alimentares que irão perpetuar por toda a vida do indivíduo, aderir à prática de atividades físicas também deve fazer parte do novo plano de vida de quem deseja perder peso.


Na luta para alcançar o peso ideal é importante controlar a ansiedade e a pressa. Esses dois fatores que alteram o psicológico do indivíduo podem atrapalhar bastante este processo.


Muitas pessoas afirmam que conseguem perder peso com mais facilidade quando não estão ansiosas com o resultado da dieta. É preciso respeitar o nosso corpo e saber que emagrecer requer um tempo geralmente muito maior do que levamos para engordar.


Como já foi falado aqui para emagrecer com saúde o ideal é procurar um profissional de saúde habilitado para prescrever uma dieta de acordo com suas necessidades nutricionais, arriscar-se em dietas muito rígidas é um erro cometido pela maioria dos indivíduos que desejam emagrecer.


A importância de procurar um nutricionista para indicar o melhor tratamento a ser seguido para quem deseja emagrecer, previne diversas consequências de um regime mal elaborado que pode acarretar efeitos na saúde física e mental do indivíduo.


E não descontar as frustrações e os problemas, desequilibrando a sua dieta alimentar. Para quem quer ter saúde deve ir com calma em seu emagrecimento, investir em um processo moderado e equilibrado, que tem mais chances de ser definitivo.


Adauto Gonçalves Junior
Personal Trainer

sábado, 10 de março de 2012

A OBESIDADE COMEÇA NA CABEÇA!!!

A obesidade começa na cabeça
Há 23 anos, o clínico-geral e psicoterapeuta Máximo Ravenna começou a formular um método de emagrecimento capaz de superar os resultados insatisfatórios que, até então, observava em boa parte dos pacientes acima do peso. Ao reunir sua própria experiência a evidências científicas, ele criou um sistema que combina trabalho psicológico, eleição de alguns grupos alimentares e atividade física com o objetivo de mudar o comportamento do obeso e ajudá-lo a se livrar de vez (e, diga-se, depressa) de 20, 30... 60 quilos. O método, batizado com o seu sobrenome, já foi adotado por cerca de 50 mil indivíduos mundo afora — quase 5 mil no Brasil, onde o especialista mantém duas clínicas, uma em São Paulo e outra em Salvador. Aproveitamos o lançamento de seu primeiro livro no país, A Teia de Aranha Alimentar (Editora Guarda-Chuva), para conversar com o médico sobre o avanço da obesidade, o vício por comida e as medidas para contê-lo.

SAÚDE - O senhor usa a metáfora da teia de aranha para explicar como alguns alimentos nos tornam presas deles e nos fazem engordar. Essa teia sempre existiu?

MÁXIMO RAVENNA - Não, ela é um fenômeno
que começou a aparecer nos últimos 40 anos, com o modelo americano de globalização alimentar, marcado por uma sobreoferta de comida e o acesso fácil a ela. Os Estados Unidos foram o primeiro país obeso da história — isso já na década de 1960. Com o tempo, esse problema se estendeu por outras nações, especialmente entre grupos que já tinham maior predisposição genética para engordar. Hoje, a obesidade afeta 25% das pessoas no globo, e o sobrepeso, 40%. E vê-se que, com o aumento da longevidade, também cresce o risco de ficar acima do peso.

Como o mundo conspira para engordarmos?
O padrão de alimentação mudou e o sedentarismo avançou. As pessoas passam horas confinadas em ambientes fechados e sofrem cada vez mais com o estresse. Isso cria uma demanda por alimentos apetitosos e faz desenvolver uma necessidade de buscar algo de que não precisamos de fato para sobreviver. Assim como o ser humano incorporou o tabaco e o álcool no dia a dia, que são totalmente dispensáveis para o funcionamento do seu corpo, ele passou a recorrer aos doces, aos biscoitos, às massas... Nem sempre quer comer, mas acaba fazendo isso de modo automático e distraído. E há quem enxergue na comida uma forma solitária e prazerosa de fazer um stop na rotina. A grande questão é que essa gente prioriza itens que mexem com a bioquímica cerebral.

E quais são esses alimentos? Como eles interferem em nosso cérebro?
Estou falando daqueles feitos de farinha refinada, açúcar e gordura saturada, dos produtos processados e industrializados. Seus ingredientes não têm muito valor nutricional e ainda são capazes de alterar, na massa cinzenta, os níveis de neurotransmissores como dopamina e serotonina, relacionados à sensação de prazer e bemestar. É por isso que o seu consumo gera dependência. Os sistemas cerebrais afetados por eles são os mesmos estimulados por drogas como anfetaminas e até a cocaína. Aliada aos apelos das propagandas e das embalagens, a receita desses alimentos instiga exageros e compulsões.

O senhor condena os carboidratos?
Devemos evitar os carboidratos refinados, aqueles de massa branca, e dar preferência aos integrais, ricos em fibras e que, assim, agregam valor àquilo que comemos.

O que leva alguém a se viciar por comida?
Há estudos mostrando que os indivíduos engordam por causa do ritmo de trabalho, da perda da vaidade ou porque trocam o vício do cigarro pelo da comida. Quase sempre há falta de reflexão e autoconhecimento. Assim, a ansiedade e o estresse não fazem necessariamente que você se vicie em um alimento, mas passe a usálo para descarregar a tensão. As pessoas se apegam a ele sem saber o que se passa dentro delas, quase que por distração. Daí, se procuram ajuda médica e o tratamento não dá tanto resultado, se frustram a ponto de descontar no prato e comer mais e mais. O mesmo raciocínio se aplica a quem faz uso de remédios para emagrecer. Se o paciente não aprende a se cuidar, isto é, dominar sua tendência a abusar, ficará mais uma vez acima do peso.

Até que ponto a personalidade ajuda a ditar o impulso por comer?
Há pessoas que têm maior dificuldade para encontrar seus limites. Elas precisam aprender a diferenciar a necessidade de matar a fome do comer por mero impulso. Essa atitude é facilitada pelo fato de que hoje os alimentos calóricos estão sempre à mão e associados a encontros e reuniões agradáveis, sem falar no seu poder hedônico sobre o paladar. Além disso, temos que considerar que existem casos de distúrbios psíquicos, como os transtornos obsessivos e a própria depressão, cujos portadores sofrem ainda mais para se controlar. Quem está deprimido, por exemplo, busca em alimentos a alegria que lhe falta em outros momentos da vida.

No livro, o senhor diferencia o vício por comer e o vício por comida.
Sim, o primeiro é comportamental. O indivíduo não consegue ficar muito tempo sem comer, independentemente do que está à sua frente. Ele tem que se sentir mastigando, botando algo para dentro. O segundo se refere a algo específico, como o chocolate. O alimento-gatilho varia de pessoa para pessoa, dos gostos particulares, de como o corpo responde àquelas substâncias. Há ingredientes, como o açúcar, que funcionam como drogas e disparam uma sensação de válvula de escape.

Como seu método combate a compulsão?
Trabalhamos com o conceito de adição, ou vício, e com a mania de excesso. O problema não está no prazer despertado pelo alimento, mas no alimento em si e no efeito dele sobre o corpo. O método propõe a exclusão de alguns itens, como os carboidratos simples, porque eles incitam a vontade de comer. Estabelecemos essa noção de corte, a de medida ou quantidade das refeições e a da distância que se deve manter dos alimentos- gatilhos. A dieta tem de ser mais rígida e com poucas calorias, priorizando tudo o que gera maior saciedade. Somam-se a isso a prática de atividade física orientada e o trabalho psicoterapêutico. E, claro, depois do emagrecimento, temos de zelar pela manutenção do peso e do novo comportamento.

E essa estratégia funciona mesmo em gente muito gorda?
Os melhores resultados proporcionados pelas mudanças no estilo de vida e pelo acompanhamento clínico são vistos em pessoas extremamente obesas, que perdem 40, 50 quilos. Elas se curam inclusive de problemas como o diabete e a pressão alta.

Qual a sua opinião sobre os remédios para emagrecer e as cirurgias bariátricas?
Acredito que devemos dar uma oportunidade de o obeso mudar seus hábitos para emagrecer antes de receitar drogas ou mandá- lo à sala de cirurgia. Hoje há uma valorização excessiva dos medicamentos, o que não deixa de ser um reflexo da impotência dos médicos. O especialista deveria cuidar da cabeça do paciente, com uma atitude firme. Se ele o vê como um pobrezinho, sem ação, está condenando-o à sua doença.

Qual a grande dificuldade para um médico que lida com a obesidade? E a do paciente?
Para o médico, é lidar com as frustrações, perceber que o indivíduo não crê totalmente na sua capacidade de mudar. E, para o paciente, não é nada fácil manter o bom humor diante das restrições nem aderir 100% ao tratamento. O que nós, médicos, temos de fazer é convencê-lo de que a vida não pode se resumir a uma busca constante pelo emagrecimento. A saída definitiva para não ter de arcar com essa preocupação é mudar seu comportamento e seus hábitos.

Os pilares do emagrecimento, segundo Ravenna

• Cortar radicalmente carboidratos simples
• Porções reduzidas de alimentos, sempre selecionando itens que aumentam a saciedade
• Evitar situações que disparem a compulsão. E, claro, isso varia de indivíduo para indivíduo
• Atividade física orientada
• O maior diferencial: frequentar, até diariamente se for o caso, sessões de terapia em grupo, onde se trabalham questões como a autoestima e os gatilhos que levam a buscar — por ledo engano — alegria de viver na comida

terça-feira, 6 de março de 2012

MALHAR PARA SE RECUPERAR LIGEIRO!!!!









Os exercícios físicos, antes evitados — e até mesmo proibidos —, tornaram-se uma arma poderosa para superar depressa infartos e outros graves problemas de saúde



por Manoel Gomes • design Fred Scorzzo • fotos Gustavo Arrais




Um indivíduo prostrado na cama é o que vem à cabeça de muita gente quando se pensa em alguém enfermo. Mas há exceções a esse clichê. Exceções que, diga-se, estão se tornando a regra em alguns casos. Cada vez mais a ciência encontra provas de que se exercitar durante o período de restabelecimento de uma doença pode acelerar o processo de recuperação do organismo ou, nas situações mais críticas, dar um fôlego extra e mais bem-estar ao doente.

A atividade física começa a ser encorajada em pessoas que acabaram de infartar, por exemplo. Há algumas décadas, quem sobrevivia a um ataque do coração era obrigado a ficar em resguardo por longos períodos. No entanto, um recente estudo da Universidade de Alberta, no Canadá, concluiu o seguinte: pacientes estáveis que se exercitaram uma semana após a pane cardíaca se beneficiaram mais do que aqueles que esperaram para iniciar o treinamento. Ainda de acordo com o trabalho, para cada semana parada, é preciso malhar o equivalente a um mês de modo a obter os mesmos efeitos da turma que chacoalhou o corpo todo logo cedo.

"Diferentemente do que se imaginava, várias pesquisas mostram que repousar durante esse intervalo deixa o organismo mais fraco, e não mais forte", conta a SAÚDE o professor Alex Clark, um dos autores da pesquisa canadense. O exercício previne a remodelação do coração, fenômeno em que as células que ficam próximas ao local do infarto se readaptam e o órgão tem o seu formato alterado. Esse redesign pode provocar complicações futuras, como insuficiência cardíaca.

Pesquisadores da Universidade de Emory, localizada no estado da Geórgia, nos Estados Unidos, encontraram mais um motivo para fazer algum esporte no pós-infarto: durante o treino, o corpo fabrica óxido nítrico, o encarregado de dilatar os vasos sanguíneos, melhorando a circulação. "Ao aumentar a produção dessa substância, mais sangue passa pelas coronárias", explica a cardiologista Patrícia Oliveira, do Instituto do Coração de São Paulo. Para uma vítima de um ataque do coração, isso é mais do que uma boa notícia. Afinal, uma maior quantidade de nutrientes e oxigênio chega ao peito, o que contribui para melhorar o quadro geral do infartado.

Os exercícios mais recomendados são os aeróbicos, como caminhar, correr ou andar de bicicleta. A grande vantagem é proporcionar o aumento da capacidade cardiorrespiratória. Numa segunda etapa do tratamento, musculação e atividades de flexibilidade também são importantes. Levantar peso amplia a resposta muscular, a força e a potência do indivíduo. Já as atividades que trabalham a elasticidade atuam no equilíbrio, coordenação e desempenho de ações que podem ser consideradas normais e cotidianas, como lavar a louça.

"A pessoa que está estável já pode se exercitar e ter os benefícios a curto ou médio prazo", diz o cardiologista Daniel Kopiler, chefe do Serviço de Reabilitação Cardíaca do Instituto Nacional de Cardiologia. Mas nada de sair correndo sem conversar com seu médico. Ele vai orientar qual é o tipo de prática esportiva mais recomendado para cada caso, como deve ser realizado e sua intensidade. "A prescrição do exercício deve ser individualizada e, nos primeiros dias após o infarto, ser feita com supervisão médica e dentro de um hospital", adverte Patrícia Oliveira.

Lesões articulares? O remédio também é se exercitar

"Nesses casos, a atividade física é fundamental no processo de reabilitação", avalia o ortopedista Roberto Santin, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. O recurso de praxe é a musculação. "Ela age no ganho de força e de resistência e, sobretudo, nas funções afetadas pelas lesões", diz José Inácio Salles Neto, coordenador do Laboratório de Pesquisa Neuromuscular do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia.
Músculos fortes, coração sadio

Uma pesquisa da Universidade de São Paulo mostra que a prática de exercícios aeróbicos reduz a atrofia dos músculos esqueléticos, os responsáveis por movimentos voluntários, como apontar para um objeto. Esse definhamento está relacionado a casos de insuficiência cardíaca, quando o coração não consegue bombear o sangue direito. "As atividades aeróbicas aumentam a quantidade de sangue com nutrientes e oxigênio que vai para o músculo esquelético", explica a pesquisadora.

Contra o câncer


O exercício também é um grande auxiliar durante e após o tratamento dessa doença. Especialistas do Instituto do Câncer de Duke, nos Estados Unidos, descobriram que pessoas ativas diagnosticadas com tumor cerebral tiveram sua vida prolongada em até 21 meses após a identificação do mal — os sedentários só sobreviveram, em média, por 13 meses. Em entrevista a SAÚDE, Lee Jones, diretor científico do instituto americano, credita os benefícios da malhação ao seu caráter multifatorial. "O exercício tem o potencial de impactar uma gama de sintomas, que vão dos fisiológicos até os psicológicos", diz Jones. O oncologista José Roberto Rossari, do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, pormenoriza: "A realização da atividade física é capaz de diminuir a fadiga, a ansiedade, a depressão e o estresse, além de melhorar a autoestima, a imagem corporal e a capacidade aeróbica".
Adauto Gonçalves Junior
Personal Trainer

sábado, 3 de março de 2012

BARRIGA "SARADA" DEPENDE 80% DA ALIMENTAÇÃO!




Enxugar a barriga e deixá-la chapada, com aspecto de “tanquinho”, é o objetivo de muita gente no verão. Mas alcançar essa meta exige frequência, intensidade e perseverança nos exercícios físicos.


Segundo o preparador José Rubens D’Elia, a alimentação também tem um papel fundamental: “Barriga boa depende 80% da dieta de cada um”, destaca. E a dica do endocrinologista Alfredo Halpern é reduzir o consumo de frituras, gorduras, açúcar e álcool. Passar longe das tentações também ajuda.


Além de esteticamente feia, a gordura abdominal favorece o aparecimento de doenças cardiovasculares. Apesar disso, há uma notícia boa: ela pode ser eliminada com a perda de peso, principalmente se a barriga for dura – daquelas de “chopp”. Nesse caso, os homens levam vantagem.


D’Elia ressaltou ainda que, ao trabalhar a musculatura do abdômen, a pessoa não elimina só a barriga: também melhora a sustentação da coluna e fortalece o assoalho pélvico, importante para prevenir e tratar a incontinência urinária.


A professora de educação física Zânia Menezes enfatiza o papel dos abdominais nesse processo de “chapar” a barriga. Outra recomendação dela é aprender exercícios com bola, que tornam a atividade ainda mais prazerosa, que e devem ter pelo menos 55 cm de diâmetro.


No pilates, a bola é muito usada e chamada de "fit ball", que é ótima para quem está pensando em perder a barriga, porque ajuda a desempenhar funções específicas da musculatura e ativa regiões “adormecidas”.


E é possível perder a barriga se divertindo, seja na natação, na capoeira ou nas aulas de dança. De acordo com Zânia, os melhores ritmos para endurecer a região do abdômen são: samba, salsa, hip hop, frevo, jazz e zouk – gênero musical originário das Antilhas que mescla passos de lambada, samba, rock e forró, e faz muito sucesso no Norte do país.


Frequência, intensidade e perseverança


Só deve se propor a fazer uma atividade física se tiver frequência. E é importante se programar para aquele compromisso por no mínimo 3 vezes por semana. Essa regularidade é fundamental para um bom resultado.


A intensidade do exercício é outro ponto de destaque. Treinos de pelo menos 30 minutos já têm a intensidade mínima para perder barriga. Além da duração, deve-se prestar atenção no ritmo da atividade. No caso de uma caminhada rápida, não adianta apenas andar: o ideal é trotar e correr.


E esses dois itens só apresentarão resultados se a pessoa for perseverante. Os efeitos positivos do exercício não são imediatos nem caem do céu. Para se conseguir um bom desempenho e enxergar mudanças no corpo, é preciso esperar pelo menos dois meses. A barriga sarada vem com o tempo e, se quiser acelerar os resultados, aumentar a frequência e a intensidade da malhação.
Adauto Gonçalves Junior
Personal Trainer