
Hérnia discal é o deslocamento do núcleo pulposo através do anel fibroso, constituindo-se como uma das principais causas de dor lombar (CECIL, 1992). A hérnia de disco surge como resultado de diversos pequenos traumas na coluna que vão, com o passar do tempo, lesando as estruturas do disco intervertebral, ou pode acontecer como conseqüência de um trauma severo sobre a coluna. A hérnia de disco surge quando o núcleo do disco intervertebral migra de seu local, no centro do disco para a periferia, em direção ao canal medular ou nos espaços por onde saem as raízes nervosas, levando à compressão das raízes nervosas.
Um disco é uma estrutura colocada entre duas vértebras. O disco possui uma área central gelatinosa (núcleo pulposo) circundada por um anel, que mantém esse núcleo no seu interior. O núcleo gelatinoso funciona como um amortecedor. Devido a fatores como seu envelhecimento (degeneração), o anel às vezes se rompe e permite a saída de parte do núcleo. Esse material gelatinoso comprime a raiz nervosa e provoca os sintomas de uma hérnia (de disco).
A maioria das hérnias ocorre na região lombar (perto da cintura), mas também existem hérnias da região torácica e cervical (pescoço).
Causas
Traumas, infecções, malformações congênitas, doenças inflamatórias e metabólicas, neoplasias, distúrbios circulatórios, fatores tóxicos, fatores mecânicos e psicossomáticos. (SAMARA, 1985).
Os fatores mecânicos são os maiores responsáveis (excesso de peso, postura inadequada, exposição a vibrações, pequenos traumas repetitivos e disfunções biomecânicas não corrigidas).
Também podemos considerar o tabagismo, suas substancias promovem vasoconstrição dificultando a nutrição do disco gerando sua fragilidade.
O sedentarismo é um fator de grande relevância, visto que os músculos multífidos e transverso do abdômem (estabilizadores), que ajudam a dissipar forças compressivas perdem a sua função protetora.
Processo e Evolução da Hérnia
O rompimento das fibras do anel fibroso do centro para a periferia começa a deformar o disco, dando a ele uma morfologia diferente, abaulado o que é denominado abaulamento discal. Esse abaulamento pode ser assintomático ou gerar dor lombar (lombalgia) caso ele entre em contato com o saco dural.
Com a evolução do quadro esse abaulamento poderá aumentar seu volume gerando uma protusão, que assim como o abaulamento pode ser assintomático.
A hérnia de disco ocorre quando há uma ruptura completa das fibras do anel fibroso e conseqüente extravasamento do núcleo pulposo, esse extravasamento em geral comprime uma raiz nervosa gerando um quadro de dor, que pode ser localizada na coluna lombar (lombalgia), na coluna irradiando para a face posterior da perna e glúteos (lombociatalgia) ou mesmo apenas dor irradiada para a face posterior da perna e glúteos (ciatalgia).
A hérnia pode apresentar também uma condição chamada sequestro, quando o material não está no local da extrusão.
A utilização de técnicas de fisioterapia manual (osteopatia, mobilização neural, estabilização vertebral, RPG, Mckenzie e outros), possibilita restaurar a mobilidade funcional do segmento, correção de alterações posturais e bloqueios mecânicos, alivio da dor e principalmente visa uma solução não cirúrgica eficiente para essa patologia, com resultados positivos acima dos 85%.
A coluna vertebral é composta
por vértebras, em cujo interior existe um canal por onde passa a medula espinhal
ou nervosa. Entre as vértebras cervicais, torácicas e lombares, estão os discos
intervertebrais, estruturas em forma de anel, constituídas por tecido
cartilaginoso e elástico cuja função é evitar o atrito entre uma vértebra e
outra e amortecer o impacto.
Os discos intervertebrais
desgastam-se com o tempo e o uso repetitivo, o que facilita a formação de
hérnias de disco, ou seja, parte deles sai da posição normal e comprime as
raízes nervosas que emergem da coluna. O problema é mais frequente nas regiões
lombar e cervical, por serem áreas mais expostas ao movimento e que suportam
mais carga.
Causas
Predisposição genética é a
causa de maior importância para a formação de hérnias discais, seguida do
envelhecimento, da pouca atividade física e do tabagismo. Carregar ou levantar
muito peso também pode comprometer a integridade do sistema muscular que dá
sustentação à coluna vertebral e favorecer o aparecimento de hérnias
discais.
Sintomas
A hérnia de disco pode ser
assintomática ou, então, provocar dor de intensidade leve, moderada ou tão forte
que chega a ser incapacitante.
Os sintomas são diversos e
estão associados à área em que foi comprimida a raiz nervosa. Os mais comuns
são: parestesia (formigamento) com ou sem dor; dor na coluna; na coluna e na
perna (e/ou coxa); apenas na perna ou na coxa; na coluna e no braço; apenas no
braço.
Prevalência
A hérnia de disco acomete mais
as pessoas entre 30 e 50 anos, o que não quer dizer que crianças, jovens e
idosos estejam livres dela. Estudos radiológicos mostram que depois dos 50 anos,
30% da população mundial apresentam alguma forma assintomática desse tipo de
afecção na coluna.
Diagnóstico
O diagnóstico pode ser feito
clinicamente, levando em conta as características dos sintomas e o resultado do
exame neurológico. Exames como RX, tomografia e ressonância magnética ajudam a
determinar o tamanho da lesão e em que exata região da coluna está
localizada.
Prevenção
Desenvolver hábitos saudáveis
de vida e que estejam de acordo com as normas básicas estabelecidas pela
Ergonomia, tais como: prática regular de atividade física, realização de
exercícios de alongamento e de exercícios para fortalecer a musculatura
abdominal e paravertebral, e postura corporal correta são medidas importantes
para prevenir as doenças da coluna.
Tratamento
As hérnias de disco
localizadas na coluna lombar, em geral, respondem bem ao tratamento clínico
conservador. O quadro reverte com o uso de analgésicos e antiinflamatórios, se a
pessoa fizer um pouco de repouso e sessões de fisioterapia e acupuntura. Em
geral, em apenas um mês, 90% dos portadores dessas hérnias estão aptos para
reassumir suas atividades rotineiras.
Hérnias de disco na coluna
cervical podem surgir diretamente nessa região ou serem provocadas por alteração
na curvatura e posicionamento da coluna vertebral durante a crise da hérnia
lombar. A escolha do tratamento, se cirúrgico ou não cirúrgico, considera a
gravidade dos sintomas e o déficit motor. A cirurgia só é indicada quando o
paciente não responde ao tratamento conservador e nos casos de compressão do
nervo exercida por parte do disco que extravasou, pois corrigido esse defeito
mecânico a dor desaparece completamente.
Recomendação
* Evite todos os excessos que
facilitam a instalação das hérnias de disco: excesso de peso, de bebidas
alcoólicas, de exercícios físicos, de cigarro;
* Procure manter a postura
correta quando sentado ou em pé;
* Não se esqueça de que vida
sedentária é responsável não só pela formação de hérnias de disco, mas por
muitos outros problemas de saúde;
* Informe-se sobre o tipo de
atividade física indicada para sua faixa de idade;
* Suspenda os exercícios se os
sintomas voltarem e procure assistência médica imediatamente;
* Siga as recomendações
médicas depois da cirurgia para evitar que nova hérnia se forme naquele local
ADAUTO GONÇALVES JUNIOR
PERSONAL TRAINER